Recife é a capital da cultura, pelo menos do Nordeste. Fiquei impressionado como esta cidade possui um movimento artístico e cultural tão efervescente. Não é para menos, o que podíamos imaginar do reduto de onde o mestre Chico Science, um dos idealizadores do movimento Mangue Beat, fez sua voz aparecer para todo o Brasil e o mundo? E não e só por causa da música que escrevo essas linhas. Recife é cheia de exposições, esculturas - muitas delas do Brennand, consagrado artista que cria sua arte com grande influência onírica - e atrações.
Como em todas outras viagens que realizem com meu Passaporte Azul, arrumei lugar para me hospedar, desta vez na casa do Mauro e Flaviane, primos da minhã mãe. Sem contar as gêmeas, filhas deles que ficaram super animadas com a minha estada por lá. O dia em que cheguei, tarde da noite, elas já estavam dormindo. Ao acordar, elas vieram correndo para o meu quarta me abraçar e dar as boas vindas para o "primo"! A Flávia (ruiva) é esperta e arteira; já a Letícia (morena), calma e mais amorosa. Minha permanência de 5 dias na capital de Pernambuco se resumiu basicamente em passear durante o dia todo pela quente cidade e à noite brincar com as gêmeas e conversar com o Mauro e Flaviane.
O lado ruim de Recife é a violência, todo mundo que eu conversava me advertia sobre os riscos de andar pela cidade. Não aconteceu nenhum imprevisto, talvez porque fiquei sempre com um olho aberto e outro fechado. Como em Manaus, andei bastante de transporte público em cada canto da cidade. Transporte público em Recife se resumiu basicamente aos ônibus circulares, os coletivos de Chico.
Conheci vários lugares interessantes. No primeiro dia visitei o Marco Zero, ponto localizado no centrinho de Recife onde acontece shows e comemorações. Bem em frente do Marco, após um canal artificial, fica uma pequena ilha com várias esculturas do Brennand. Para chegar do outro lado utilizei o serviço de atravessador que vai remando até lá. Estive também no Paço Alfândega, um pequeno centro comercial restaurado e muito chique e, ao lado, logo depois, no prédio da Livraria Cultura, onde comprei o há muito tempo tão almejado livro do Marcos Correia Brito - Galiléia.
Outros lugares legais que conheci foram o Mercado Municipal, Pátio São Bento e Casa da Cultura, um antigo presídio que foi transformado em mercado de artesanato e bugigangas. O interessante: cada antiga sela se transformou em uma lojinha! Sem falar que o prédio é muito bonito por fora e fica bem em frente ao rio.
Um dos dias reservei para ir para o Instituto Ricardo Brennand e Oficina Brennand, por serem bem afastados da cidade. Para chegar precisei tomar dois ônibus e no final, um taxi. Não teve jeito. O Instituto é um castelo muito bacana com várias obras de arte e um jardim muito bonito. Dá pra ver como a família Brennand foi (acho que ainda é, na verdade) influente em Recife. Já a Oficina Brennand é o antro de exposição das obras do Ricardo Brennand, escultor reconhecido mundialmente. Como já comentei, suas esculturas e obras são muito malucas, mistura de animais com monstros, passáros estranhos, mastes, e por aí vai. O lugar é imenso e tem quase um milhão de obras do Brennand.
Aproveitei a chance de estar em Recife com bastante tempo e fui também para Olinda, onde passei a metade de um dia. Fui abordado por um guia local com a qualidade de insistência infina e convencido a fazer um passeio guiado pelo centro da cidade. Valeu a pena, ela foi contando sobre os prédios e história da cidade durante uma hora, tempo necessário para dar uma volta completa nos pontos principais. A vista que se tem do mar e Recife a partir de uma igreja - e não faltam igrejas em Olinda! - é espetacular.
Em Porto de Galinhas meu passeio se resumiu em ficar embaixo de um guarda-sol tomando cerveja e lendo o livro que havia comprado na Cultura. Comi também um peixe e não entrei no mar, pra variar! O livro é realmente muito bom, assim como a criativa capa, que foi o que me chamou a atenção quando o vi pela primeira vez. De volta em Recife, fui à noite com o Mauro e as gêmeas comer tapioca em um supermercado. Ficamos conversando bastante, voltamos para o apartamento e dormi um pouco antes de ir pro aeroporto e pegar o avião na madrugada. Cheguei em Indaiatuba bem cedinho, descansei e acordei pouco antes do almoço para ajudar na arrumação do churrasco que ia fazer. Era meu aniversário, ia me divertir pra caramba ainda!
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