segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Física quântica no dia a dia

Passar camisa é como o princípio de Heisenberg: passamos um lado e, ao atacar o outro, a parte que acabamos de passar já está amassada.

Cerveja é tudo igual

No último final de semana fui mais uma vez com amigos da faculdade para Avaré. Quando vamos pra lá não fazemos muitas coisas, ficamos basicamente em frente à churrasqueiro conversando, comendo e bebendo cerveja. Algumas vezes acabamos indo para a represa, que fica a uns 500 metros da casa. É sempre muito divertido.

Desta vez, conforme eu havia prometido pro pessoal, realizei um teste cego com quatro cervejas: Antarctica, Brahma, Itaipava e Skol. Meu motivo maior era mostrar pra todos que é muito difícil diferenciar uma marca da outra e, na grande maioria das vezes, a decisão de optar por uma marca ou excluir outra é tomada basicamente por questões de marketing.

Dito e feito. As duas pessoas que mais acertaram, souberam diferenciar apenas duas das quatro cervejas. O teste mostrou claramente duas tendências: a) quase todas as pessoas acharam a Itaipava, de longe, a pior das cervejas. Por isso, falaram que era a Antarctica - o pessoal da Ambev precisa trabalhar mais a imagem dela; b) a cerveja que foi mais acertada foi a Skol. Entretanto, pode ser que isso se deu devido a influências que a primeiras pessoas podem ter causado nas que fariam o teste depois, visto que todos ficamos debruçados na mesa escutando o palpite de cada mestre cervejeiro. E as primeiras pessoas, coincidentemente ou não, palpitaram Skol para o mesmo copo.

O meu resultado? Não fui bem, não; acertei apenas uma: Itaipava, claramente a pior delas. Confesso também que era muito difícil sentir alguma diferença entre Skol, Brahma e Antarctica. E a conclusão dos meus amigos? De que, realmente, é muito difícil diferenciar uma marca da outra mas, mesmo assim não vão começar a tomar Antarctica porque, segundo eles, é a que mais dá dor de cabeça. Acho que desta vez não serei capaz de conduzir um teste que prove que o que causa dor de cabeça é a quantidade tomada, e não se escolhemos a marca A, B ou C. Palmas aos marqueteiros!

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Banco do Brasil engessado

Vi algumas vezes na TV uma propaganda, não me lembro de qual empresa, onde um funcionário aparece com os dois braços engessados. Em uma mão eles está segurando um telefone e tentando utilizar o aparelho; ao mesmo tempo, com a mão restante, ele tenta mexer no computador. Nem preciso dizer a trapalhada que vira a cena. A mensagem do anúncio é que uma empresa engessada terá a mesma performance do funcionário pateta. Semana passada descobri que o Banco do Brasil é uma empresa engessada.

Há mais de seis anos sou correntista do maior banco brasileiro. Ao passar no vestibular e me mudar para Sorocaba, abri uma conta universitária em uma agência localizada dentro do Extra desta cidade. Como era conta para estudante, não tive quase nenhuma dificuldade para abri-la. No meu dia a dia resolvia tudo pela internet, eu era o responsável na repúblicar em cuidar das contas de energia e internet. Visitas na agência, nem pensar. Incrível como economizamos tempo (e dinheiro) quando utilizamos o sistema bancário na internet, que, por sinal, foi um dos pioneiros no mundo, se não o pioneiro.

Como a vida é feita de ciclos, minha faculdade chegou ao fim e, após alguns meses perambulando sem rumo por Indaiatuba, arrumei um emprego em São Paulo. Como já não utilizava a agência mesmo, no começo de minha experiência paulistana continuei com a conta na agência de Sorocaba. O problema foi que comecei a ter uns problemas como limite diário de transferência e resolvi transferir para uma agência próxima ao trabalho.

Meus problemas começaram.

Em princípio, como fui informado pelo telefone, a transferência entre agências seria bem simples, só precisaria ir na agência nova com poucos documentos (o olerite entre eles) e tudo estaria resolvido. Fui lá, tomei um chá de cadeira e, quando fui atendido por J. (qualquer semelhança ou analogia com jumento é pura coincidêcia), um escriturário do BB, fui informado que eu não podia utilizar aquele documento porque meu nome havia sido impresso em cima da palavra NOME. Um mero erro gráfico. Era muito fácil reconher que meu nome inicial era ANDRÉ, mas na xerox, ele disse, não dava para distinguir.

Mas eu já tenho conta no Banco do Brasil, vocês tem o meu cadastro, por que não utilizar esse mesmo olerite?, eu perguntei. Regras do bando, ele disse. OK, ótimo. Combinei com ele que iria ao trabalho procurar outro olerite com meu nome aparecendo e voltaria em um instante. Como não trabalho há muito tempo, só possuia um olerite onde meu nome havia sido impresso sem sobrepor o campo NOME. Peguei o olerite salvador e rumei, novamente, para o banco. Chegando lá, o problema: "Ahh, mas esse seu olerite é mais antigo que três meses, não posso utilizá-lo", disse J. Mas você já não viu o outro que, apesar de não conter meu nome legível (na xerox), é mais recente que 90 dias?

O J. havia jogado fora a xerox anterior e eu teria que voltar novamente ao trabalho e trazer os dois olerites: o com o nome legível (fora do prazo) e o mais recente (mas com o primeiro nome ilegível). Reclamei, insisti, mas não teve jeito. Na hora lembrei da propaganda e ao J., sobrepus automaticamente uma imagem sua, porém, não apenas com os braços engessado, mas sim com o corpo todo. Percebi no mesmo instante o que não sabia: o Banco do Brasil havia quebrado os braços. Quem sabe as pernas também?

Se eu falar que no dia seguinte voltei com meus cinco olerites e ainda escutei que eles estavam tendo problemas com a xerox e não estava ficando legível, vocês vão achar que é exagero. Dei uma risada cínica com a legenda de "se vira mermão, agora é com vocês, isso não é problema meu", que foi imediatamente entendida. Resolveram finalmente o problema com a xerox, assinei mais de dez folhas e, segundo J., teria minha conta transferia até a próxima sexta-feira.

Hoje é quinta-feira e a próxima sexta-feira se tranformou na passada. Liguei hoje para minha gerente de Sorocaba, que me falou que a conta havia sido de fato criada, porém não havia solicitação de transferência. Palmas ao J.! A situação atual é que até amanha, de novo próxima sexta-feira, a transferência deve ser efetuada.

Só de pensar que quando minha conta for transferida, terei de fazer mais uma visita aos meus amigos bancários para aumentar meu limite diário - catalizador de toda essa confusão - sinto calafrios pelo corpo todo. Engraçada a lógica do BB: quando era estudante, sem renda alguma, tinha um limite de tranferência de RS 1.000,00. Agora, com renda comprovada pelos malditos olerites, meu limite é de incríveis R$ 600,00! Mal posso esperar para reencontrar o J.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

A energia do Brasil

Nesta última segunda fui a um evento da revista EXAME chamado Fórum Energia, muito bem organizado, palestras e debates interessantes e presença de personalidades importantes como o ministro de minas e energia - que fez sua palestra e logo depois abandonou o fórum -, presidente da EPE e outros pesos-pesados do setor energético brasileiro.

Em geral, a pauta mais marcante e discutida foi a nova capitalização da Petrobras (não tinha como não), onde a companhia pretende arrecadar mais de R$ 200 bi para poder dar continuidade nos investimentos e explorar os recém-descobertos poços de petróleo, principalmente os do pré-sal. Como objetivo intrínseco de cada debate, algumas rodas de discussão (uma pena que não todas elas) possuíam um debatedor contra a opinião geral. No caso do gigantismo da Petrobras, um comentário interessante foi tecido: O Brasil não correria grande risco de abandonar sua critividade em desenvolver energia limpa e renovável caso o petróleo passe a ser abundante e domine o setor energético brasileiro?

Mesmo com toda esta tematização, uma coisa não se discute: a necessidade de nossa estatal do petróleo ser capitalizada. Porém, muitas críticas foram feitas na maneira como o governo está conduzindo tal processo. A mudança do tipo de exploração do petróleo, que para os blocos do pré-sal deixará de ser concessão, se tornando modo partilha, ainda gera muitos comentários controversos pelos especialistas. Uma opinião interessante foi que o Brasil, ao realizar esta mudança, abandonará o clube de países como Estados Unidos, Noruega e Reino Unido para entrar no grupo do Irã, Arábia Saudita, Venezuela e Argélia, tidos como ditaduras e regimes instáveis.

Sem contar a cessão onerosa de alguns poços que a Petrobras incorporou do Estado por um preço relativamento baixo, criando assim a controvérsia de que para o contribuinte brasileiro, ainda mais aquele que não é acionista da estatal, o governo entregou de bandeija um ativo que possuía à uma empresa que a grande maioria dos cidadãos não é acionista. Ficou claro que o Brasil está querendo aumentar significativamente o controle na maior empresa brasileira e neste setor que se torna cada dia mais importante para a economia brasileira. Entretanto, segundo um analista presente no evento, os preços das ações da companhia estão pagando caro por essa intervenção política.

Fugindo um pouco do tema central do evento, foi discutido também outras fontes de energia como a fotovoltaica, etanol e hídrica. No caso da energia proveniente do Sol, a mensagem ficou clara: o preço desta tecnologia está caindo abruptamente. Talvez presenciaremos em apenas poucos anos o mesmo fenômemo que, embora ainda um pouco nebulos e inexplicável, está acontecendo com as eólicas no Brasil, ou seja, grande desenvolvimento de parques, empresas fabricantes de aerogeradores se instalando no nosso páis e o preço chegando a ser competitivo com os das PCHs.

Já o futuro do etanol e da energia elétrica gerada por este setor, através da queima do bagaço da cana-de-acúcar, não está tão promissor. O presidente da UNICA, união das usinas sucro-alcooleiras do Estado de São Paulo, presente no fórum, mencionou que os boom dos investimentos entre os anos 2006 e 2008 não continuaram nos anos seguintes. Caso esta tendência continue, haverá um decréscimo no consumo de etanol pela frota brasileira devido à escassez desta commodity.

No caso das PCHs, as pequenas centrais hidrelétricas com potência instalada de até 30 MW, a grande barreira enfrentada pelos empreendedores e companhias é o licensiamento ambiental. Falta de critério e demasiado poder atribuído a funcionários juniores, foram citados como os principais entraves. Exemplos engraçados porém preocupantes foram mencionados como o motivo para grandes atrasos na execução das pequenas hidrelétricas. O primeiro deles causado por uma questão indígena, que reivindicou que a cachoeira onde a PCH estava sendo instalada foi, há milhares de anos, palco do casamento entre o Sol e a lua, sendo assim este argumento acatado pelo orgão licenciador temporariamente; já o segundo caso, o reservatório de outra usina precisou ser desviado devido à presença de uma bromélia na área que seria inundada. Mesmo sendo um engenheiro ambiental, não posso deixar de comentar quão hilário são estes exemplos!

Outro fator que aumentou a qualidade do Fórum EXAME de Energia foi a presença do George Vidor, jornalista/economista da Globo News, que mediou muito bem os debates e apresentações. Sem contar que estava trajando sua gravata borboleta indefectível. Engraçado ver pessoalmente as celebridades que estamos acostumados a encontrar quase todos os dias na TV. Agora é só esperar o próximo fórom no ano que vem, tomara que tão bom quanto este.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

O novo presidente dos hambúrgueres

Após a aquisição da rede Burger King mundial pelo fundo de investimentos brasileiro 3G Capital, Bernardo Hees, antigo presidente da ALL, também controlada pela 3G, foi escolhido para assumimir o mais alto posto da cadeia de lanchonetes. Na ALL, Hees era conhecido por dedicar uma semana de todo mês para conversar com maquinistas, operários, fazer viagens de trem, enfim, experienciar o cotidiano da parte operacional da empresa. Agora no Burger King, será que ele pedirá o combo Whooper todo dia no almoço?

Bicicleta em São Paulo!

Isso mesmo, comprei uma bike para pedalar em São Paulo! Desde quando me mudei pra cá, há uns seis meses, tinha na cabeça a ideia de comprar uma bicicleta pra ir pro trabalho alguns dias da semana e pra dar uma volta pelo bairro, aos finais de semana. O fato do meu carro ter sido roubado contribuiu bastante pra que eu finalmente comprasse a bicicleta. Com ela posso ir para alguns lugares que não são nem tão perto para ir a pé nem tão longe que justifique pegar um ônibus.

Comecei esta semana ainda a olhar as ofertas pela internet e logo me deparei com uma muito boa, aparentemente. Era uma Caloi, 21 marchas e quadro de alumínio por apenas 400 reais. Pra quem andou em uma bicicleta da década de 70 de apenas 3 marchas (detalhe que a intermediária não funcionava) durante o intercâmbio na Suíça, uma bicicleta dessas como a da oferta soou como uma Ferrari em duas rodas. Porém, ao chegar na Decathlon, percebi que o quadro da bike era um pouco pequeno. Outro problema: o câmbio era genérico, e não da Shimano, referência em quase todas bicicletas. Isso iria me trazer dores de cabeça no futuro. Pedi indicação a um vendedor preguiçoso e ele falou que, realmente, a promoção não valia a pena.

Comecei a olhar outros modelos e, ao me deparar com outro da Caloi, meu olho quase brilhou! Decidi que levaria esta bicicleta ao montar nela e dar uma pequena volta pela loja. Ela era muito mais confortável do que a da promoção. Sem contar que tinha amortecedor no garfo, o quadro era do tamanho indicado, trocadores bem melhores, etc. No final das contas acabei gastando mais do que o dobro do que pretendia inicialmente. Sem contar os apetrechos como capacete, luzes de iluminação e corrente com cadeado. Mesmo assim acho que fiz um belo investimento.

O detalhe é que São Paulo não é uma das cidades mais convidativas para dar uma volta de bike ou até utilizá-la como meio de transporte corrente, para não comentar as bicicletas brancas penduradas em postes de grandes vias com função de protesto ou lembrança. Justamente por isso a necessidade de andar quase que com uma armadura da idade-média. Mesmo assim tenho certeza que será muito divertido andar pela Chácara Santo Antonio nos finais de semana, quando os carros não marcam intensa presença.

Hoje mesmo (comprei a Caloi Supra ontem) já utilizei minha nova aquisição para ir ao KfW. A ida, uma beleza. Já a volta, aquele sofrimento, praticamente dois quilômetros de subida. Até parece a São Silvestre, quando tudo fica mais difícil no final. O problema é que, desconfio, não percorrerei este trecho somente no último dia do ano!

terça-feira, 7 de setembro de 2010

A independência

Hoje comemoramos o dia de nossa independência. Não somos mais colônia de Portugal há muito tempo. Muito bom. Mas e agora, quando vamos celebrar o dia da nossa independência dos políticos corruptos e salafrários? Daí sim, poderemos ir às ruas, bandeira à mão, e bradar: "Hoje somos independentes!"

O paraíso na outra esquina

Já tinha o Mario Vargas Llosa em alta conta e, agora que li O paraíso em outra esquina, passo a apreciar ainda mais o escritor peruano e sua obra. Não é para menos, este livro, que narra a vida errante do pintor Paul Gauguin e sua avó, a ativista e feminista Flora Tristan, é excepcional. Uma das coisas que mais me impressionou no romance é o detalhe dos acontecimentos que marcaram a vida da avó e do neto, como se o escritor tivesse vivido ao lado das duas figuras.

De forma intercalada, o livro vai narrando a vida de cada um, tendo como ponto de partida da avó sua viagem que realizou no final de sua vida com o intuito de consientizar os abusos sofridos pela classe operária e a submissão das mulheres. Flora classificava o casamento como um regime de escravidão, onde as mulheres se tornavam meras submissas, sem nenhum poder de voto ou participação real no casamento. Sua sofrida viagem por várias cidades francesas demonstram as barreiras enfrentadas pela idealizadora como a igreja, burguesia e, algumas vezes, até mesmo pela própria classe que ela tentava salvar.

Já no plano do pintor, a narrativa começa quando o mesmo decide morar na Polinésia Francesa em busca de paz e distanciamento da cultura europeia, que ele considerava uma péssima intervenção na produção de qualquer artista. Na cabeça de Gauguin, era no contato com o selvagem e com a natureza em sua forma primoridial que permitiria seus fluidos artísticos inundarem seu corpo. O desenrolar da história de Paul é marcado por deslocamentos cada vez mais longínquos e, entre eles, algumas breves visitas à França. Porém, como desejado pelo artista, o fim de sua história se dá em uma ilha na Polinésia, onde passou por maus bocados antes de falecer.

Apesar de na maioria das vezes a narração se desenvolver intercaladamente e de maneira temporal, alguns flash-backs são misturados abruptamente no texto. Vargas Llosa descreve o traumático casamento que Flora teve antes de abandonar o marido para ir visitar parentes da aristocracia de Lima, no Peru. Tal casamento e, posteriormente, o contato com seus familiares na América do Sul, fizeram com que o sentimento de desigualdade se aflorasse em Flora e fizesse com que ela lutasse por seus ideias. No passado do pintor descobrimos sua péssima relação com a mulher e seus cinco filhos; sua antiga profissão, um abilidoso funcionário do mercado financeiro francês; e o motivo que fez com que ele desse uma radical guinada em sua vida: a pintura.

Apesar de dar a ideia que no decorrer do livro a vida da avó e do neto se intercalariam, pouco se fala de um nas páginas do outro; os dois tiveram muito pouco contato entre si, se é que tiveram. É interessante também observar como a vida levada por Gauguin ia exatamente de encontro ao que a avó pregava: em todo ponto onde o pintor parava, procurava logo no começo uma mulher fácil para ser sua companheira e lhe prover prazer, mesmo que isso implicasse em uma relação submissa ou humilhante para a fêmea.

O encontro que Gauguin teve com Van Gogh, no livro chamado de O Holandês Louco, é outro ponto alto da narrativa. Após muito insistência do pintor holandês, Paul decide ir passar uma temporada na cidade vizinha de Paris onde Van Gogh mantinha seu ateliê. Porém, pouco tempo após o convívio dos dois, a relação se deteriora completamente e Paul decide abandonar o amigo, que fica deprimido com a reação. Foi exatamente nesta época que o Holandês Louco, cheio de aflito e amargura insolúveis, resolve cortar sua própria orelha.

A primeira vez que me deparei com a existência de Gauguin foi ao visitar uma galeria em Londres, onde um quadro seu estava pendurado. O obra de arte retratava uma onça escondida entre arbustos, imagem destoante de suas vizinhas que me chamou a atenção. A legenda dizia que o pintor decidira se refugiar em locais ermos onde seu dia a dia selvagem dava inspiração para suas obras. Como gostaria de poder voltar nesta galeria e observar sua obra, agora que sei muito mais sobre sua incrível história.