Continuando o relato anterior, cheguei em Montevidéu tarde da noite, talvez até da madrugada, não me lembro. Sim, da madrugada, agora sei, eram duas horas passadas. Fui até o hostel que havia reservado, me arrumei e desmaiei na cama. Acordei bem mais disposto e conversei com a recepcionista pra pegar umas dicas da cidade, sendo a melhor delas a ideia de alugar uma bicicleta e andar pela rambla. Já-já conto mais.
Essa foi a terceira vez que estive na capital do Uruguai, cada vez um pouco diferente das outras. A primeira, com meus pais, vindo de carro do Brasil. Com os amigos de Campo Grande foi a segunda, estávamos em Buenos Aires e fomos até a capital vizinha, enquanto, no Brasil, as pessoas jogavam confetes uma nas outras e bebiam demais. Desta vez fui a trabalho e, como era feriado no nosso país, acabei indo um dia mais cedo para aproveitar a cidade.
Devo dizer, adoro Montevidéu! Não sei explicar porquê, apenas me identifiquei com esta cidade desde a primeira vez que estive nela. É um lugar calmo para caminhar, cheio de praças, as pessoas são educadas... Pra não falar nas ruas cheias de árvores, o cheiro especial da cidade e a culinária, carne, carne e mais carne, com um pouco de bom vinho para acompanhar.
Na primeira vez, com meus pais, acabamos entrando em um restaurante e tivemos um dos melhores almoços de todos os tempos, estava tudo muito bom. Eu e meu pai tomamos uma garrafa de vinho, enquanto isso chovia torrencialmente lá fora. Foi uma tarde muito especial, ficamos conversando e, depois de muito tempo, voltamos a caminhar por Montevidéu. Tentei porque tentei achar este mágico restaurante na segunda vez, quando estive com o pessoal, mas não consegui. Mas não é que eu estava andando pelo centro com minha bicicleta (daqui a pouco conto mais!) e me deparo com o tão esperado restaurante? Desta vez não cometi o mesmo erro, marquei o nome do lugar e até ganhei um imã de geladeira; agora, toda vez que abro a porta do congelador, vejo o nome La Torre. Da próxima vez será mais fácil.
Foi um pouco entranho passar por lugares que havia visitado com meus pais ou amigos, o porto, as praças, os prédios, as playas. Foi até um pouco melancólico, pra falar a verdade. Desta vez estava sozinho, não que seja um problema, eu viajo bastante sozinho e me viro nos 30, mas com (boa) companhia a viagem fica muito mais legal.
Agora, finalmente, o breve relato sobre o aluguel da bicicleta. Como comentei, fui recomendado a alugar a bicicleta e ficar andando pela rambla. Dito e feito, foi um dos passeios ou turismo mais legal que já fiz. Como a rambla é muito extensa, com a bicicleta é muito mais legal e se pode ver muito mais da cidade. Não sei como não tivemos esta ideia antes. Com os amigos, ficamos caminhando por horas e não andamos nem a metade do que eu andei com a bicicleta. O fato da capital uruguaia ser plana também ajuda bastante.
Como não podia ser diferente, parei em uma biblioteca (muito legal, por sinal) e me dei de presente três livros de autores uruguaios: um do consagrado Mario Benedetti, outro do Horacio Quiroga, que também já conhecia, e o último do Gabriel Richieri, que enquanto escrevo estas linhas, foi o único dos três que li até agora. Gostei bastante do livro, que é uma autobiografia do autor em forma de novela ou pequenos contos, deu pra sentir bastante como era a Montevideu de décadas passadas. Até transcrevi uma parte do livro aqui no blog, posts atrás.
De volta ao aeroporto, três dias, algumas reuniões e uma palestra em portunhol depois, percebi como o aeroporto é bonito: estrutura ampla, limpa, claro e cheia de vidros. Uma ótima primeira impressão para quem chega a um país; pra quem vai embora, um adeus simpático.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário