Quando soube que uma banda de Chicago chamada Wilco existia, estava em Santo Anastácio, cidade da minha avó, sem muito o que fazer e, por isso, mudando de canal a cada segundo. Quando o logotipo da MTV apareceu, uma banda estava tocando, eram partes de um show do Tim Festival daquele ano (devia ser 2005), e a banda no palco, até então desconhecida pra mim, era o Wilco. Prendeu-me a atenção, não sei por quê. Na hora, encontrei uma certa semelhança, musical e visual, com o Neil Young. Parecia mais uma banda de coroas que fizeram sucesso em um passado remoto e por algum motivo, continuavam a tocar. Estava enganado, bastante.
Desde então, o Wilco vem acompanhando meu dia-a-dia e eu acompanhando seu trabalho, álbum por álbum, música por música. Logo após voltar de Santo Anastácio, em Campo Grande, me dei o trabalho de pegar um CD do Wilco na internet para saciar minha curiosidade. Inicialmente, as músicas do A ghost is born soaram um pouco sem graça para mim, com exceção da I´m a wheel. E confesso, demorou um bom tempo até que eu descobrisse a obra prima escondida naquele primeiro trabalho deles que escutei. Foi somente em Sorocaba - ainda no começo da faculdade, quando passava vários finais de semana em casa escutando música e lendo - que eu percebi como era legal escutar, logo quando acordava, aquele CD que começava calmo, se enfurecia, voltava a adormeder, pra logo depois acordar novamente com suas guitarras distorcidas. Viciei.
O curioso é que mesmo reconhecendo a obra prima do A ghost is born, demorei bastante pra conferir outros trabalhos do Wilco. E o pior, a escolha do segundo álbum deles pra baixar da internet não deve ter sido das melhores, pois, como na primeira vez, demorou bastante pros meus ouvidos se acostumarem com o Summerteeth. Quase cheguei a desistir do Wilco, achando que era mais uma daquelas bandas inconsistentes. Hoje penso que inconsistente seja talvez minha audição. O Yanke Hotel Foxtrot foi responsável por me mostrar que o Wilco era uma das bandas mais criativas e experimentais que eu já havia escutado. A partir daí, não tive nenhuma reticência adicional em relação ao trabalho deles. Passei a conferir os outros CDs que não conhecia e também aqueles que foram sendo lançados, como o Sky Blue Sky e o último álbum homônimo.
O Wilco também ficou mais popular no Brasil desde que comecei a escutá-los. Mesmo tendo participado do Tim Festival há mais ou menos 5 anos, eles não eram muito conhecidos e admirados no Brasil. Na verdade, até hoje ainda não são muito famosos, porém o número de fãs está sempre crescendo, acredito. Fiquei espantado quando, há mais ou menos seis meses, indo trabalhar em Jundiaí, escutei uma música do último álbum tocando na rádio. Quem diria, Wilco tocanco numa rádio brasileira! Concordo que o Wilco (The Album), aquele da capa esquisita com o camelo na frente, não é dos melhores, mas tenho que admitir que ele possui ótimas músicas e o melhor, em várias delas o Wilco continua experimentando bastante.
É uma grande pena, e isso já me aconteceu com outras bandas, que quando o Wilco se apresentou no Brasil eu ainda não os conhecia, perdendo assim a oportunidade de conferir suas músicas ao vivo. O mais próximo da vibração de um show que eu tenho hoje em dia é quando escuto a gravação ao vivo Kicking Television, que rendeu um CD duplo. Fico também esperando que um dia o Wilco volte a fazer uma turnê pela América do Sul e se apresente por aqui. Quem sabe logo? Tomara, sempre confiro no site oficial o calendário de shows.
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