sexta-feira, 13 de maio de 2011

Sobre o governo, propaganda e empresas alemas

Tenho trabalhado bastante aqui na Alemanha, o dia no escritório comeca cedo e termina tarde. Muitas vezes os almocos sao curtos e minha vida social se resume em fazer alguma coisa nos finais de semana. Mas nao posso reclamar, é bom que eu esteja trabalhando bastante, quanto mais aprender aqui, mais poderei usar depois no Brasil. Pouco a pouco vou conhecendo um pouco mais de Frankfurt e da Alemanha, como venho relatando aqui no blog.

Coincidentemente, a Alemanha também vai realizar um censo em pouco tempo. Pelo que entendi, o último aconteceu há mais de dez anos e, pelo visto, os alemaes também nao se alegram em responder às perguntas. Nada melhor, entao, do que propagandas para convencê-los da importância em preencher os questionários. Pela cidade toda estao espalhados criativos cartazes sobre o censo. Em um deles, uma mulher olha um prédio e algo escrito quer dizer que só é possível construir apartamentos no local exato, caso se saiba onde está a demanda para estas moradias.

Em outro placar, uma foto aérea mostra vários carros, vermelhos, amarelos e pretos, que, como as cores das janelas do prédio do outro anúnio, formam os matizes da bandeira alema. A frase, neste caso, é uma pergunta: "Como saberemos o local onde construir nossas ruas no futuro?". Por último, um homem, capacete na cabeca, admira vários contêiners de cores também germânicas empilhados em um porto. Como os alemaes saberao como se preparar para continuar sendo grandes exportadores? Tomara que o censo saiba responder estas perguntas.

Bom, propagandas públicas sao decididas pelo governo, que, por sua vez, está ligado aos políticos. Mas os polícos aqui na Alemanha, como fiquei sabendo no último final de semana, nao recebem votos diretamente da populacao; os cidadaos podem votar apenas nos partidos. Uma vez selecionados e, creio eu, ponderados, os mesmos podem indicar quem vai representá-los no congresso, senado, etc. O presidente alemao, que também é indicado pelo partido ou coalizao, estava há poucos dias no Brasil e assinou alguns acordos de cooperacao na área de infraestrutura. Mas, na verdade, quem manda mesmo no país é a chanceler, Angela Merkel.

Ainda no tema governo e, indiretamente, empresas públicas, fiquei sabendo um pouco mais sobre a Deutsche Bahn, empresa estatel de transporte ferroviário do país. No último final de semana, o Moritz me falou que muitos alemaes reclamam desta empresa, já que ela é muito cara e pouco eficiente. Houve, há alguns anos, uma corrente muito forte a favor da privatizacao da Deutsche Bahn, mas que foi neutralizada logo que a crise mundial de 2008/2009 irrompeu, desencarrilhando os possíveis compradores da jogada. Realmente, voltado de Wupertal no final de semana passado senti as agruras dos alemaes: paguei uma pequena fortuna pela passagem e o trem atrasou quase meia hora. Bom saber que, em menor ou maior escala, nao é só no Brasil onde a ingerência pública se faz presente.

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