terça-feira, 31 de maio de 2011

A Augusta de Frankfurt

Há alguns dias, indo do meu apartamento para o local onde meus pais estao hospedados aqui em Frankfurt, acabei descobrindo a Rua Augusta de Frankfurt. Perto da estacao de trem (incrível como estes redutos decadentes sempre ficam perto de uma estacao de trem ou rodoviária) e muito parecida com a via brasileira, a rua sem-vergonha está cheia de avisos luminosos, prostitutas na rua, inúmeras casas de sauna e caca-niqueis. Andando por ela já presenciei algumas cenas estranhas como apertos de mao demorados, consumo de drogas pesadas e até um cara estranho, sem camiseta, com a calca caindo, atrapalhando a janta de alguns clientes de um restaurando ao lado do antro. O garcom que nao ficou nada satisfeito. Uma vez, vi dois policiais caminhando pela rua como se tudo fosse normal, como se estivessem na Avenida Paulista. Como na rua de mesma funcao da maior cidade brasileira, a vida careta está bem ao lado da vida do excesso, dividida por fronteiras quase invisíveis. De repente as boates e casas de show acabam, dando lugar a restaurantes para turistas comportados e até chiques. Tem coisas que sao iguais no mundo todo.

Sobre pepinos assassinos e outros acontecimentos

Desde meu último texto algumas coisas novas aconteceram aqui na Alemanha. Primeiro uma colega da Índia chegou aqui em Frankfurt e depois um colega da China. Os dois também vieram um pouco antes da semana internacional de treinamento do fundo (semana que vem) para vivenciar um pouco mais o trabalho aqui na central. Outros dois visitantes também chegaram nos últimos dias, desta vez do Brasil: meus pais! Eles vao ficar aqui até semana que vem.

Automaticamente tenho tido muito mais coisas pra fazer fora do escritório. Tenho tentado sair do trabalho um pouco mais cedo e encontrar meus pais em algum lugar da cidade, no meu apartamento ou no deles. Eles estao encantados com o silêncio e organizacao de Frankfurt, pra nao falar da comida. Na sexta-feira passada fui com eles para o parque/jardim Palmenhof Garten, que fica ao lado do trabalho. O lugar é muito bonito, com várias estufas simulando a flora de diversas regioes do mundo. Muitas flores e plantas também, um lugar ótimo para dar uma passeada.

Os colegas alemaes do trabalho estao sendo simpáticos, sempre tem um que convida pra fazer alguma coisa, ainda mais agora que a indiana e o chinês também estao aqui. Outro dia mesmo fomos a um restaurante típico alemao, comi o maior joelho de porco da minha vida! Saindo do restaurante, achamos uma estante pública cheia de livros. Funciona assim: qualquer um pode pegar um livro pra ler mas, de preferência, tem que depositar um livro na estante. Até os alemaes ficaram espantados que tal aparato funcione nesses tempos de vandalismo.

No final de semana, nossa chefe também nos convidou para ir tomar café da manha em uma padaria perto do hotel em que estamos ficando. Foi muito divertido, ela também levou o filho dela, ele nao tem nem dois anos ainda e é engracado. A padaria é maravilhosa: francesa, cheia de paes deliciosos, sanduíches e doces. Claro que comi o típico croissant. Depois da padaria encontrei meus pais e ficamos caminhando na beira do rio, todo sábado tem uma feira de usados, aqui literalmente chamada de feira das pulgas. Nao tinha muita coisa interessante mas valeu a pena para comprar copos de cerveja e um livro de fotos do Van Gogh.

Faz algum tempo que nao como salada aqui, um vírus, que ja matou mais de 10 pessoas no país, está se espalhando pela Alemanha (país com maior caso de óbitos) e Europa. Provavelmente veio da Espanha, através de pepinos orgânicos. O KfW suspendeu há algumas semanas a salada e verduras cruas do cardápio. As autoridades estao agora confessando que a situacao está mais séria do que antes imaginada. Ainda bem que nao é algo como a doenca da vaca-louca, se suspendessem a carne do cardápio eu iria ficar doido!

sábado, 21 de maio de 2011

Que pais e esse?

Pouco antes de entrar no aviao, peguei um exemplar da Folha. Sexta-feira, gosto de ler o jornal deste dia. Depois das machetes, na contra-capa, uma coluna de um Jose Sarney. Nao pode ser o cafajeste do nosso presidente no senado, pensei. Um jornal destes nao iria reservar um espaco tao nobre para uma pessoa assim. Antes de comecar o artigo li a assinatura embaixo do mesmo; nao havia nenhuma indicacao se era escrito por um senador ou, coincidentemente, por outra pessoa com o mesmo nome do infeliz. No meio do texto, uma mencao ao mandato presidencial do escritor. Era ele mesmo, puxa vida. Entre uma linha e outra, a indignacao com a situacao atual da educacao brasileira. O sujeito e mesmo um cara de pau, ja que o Maranhao, estado onde e coronel e manda-chuva ha decadas, tem um dos niveis mais baixos de desenvolvimento e uma grande populacao analfabeta. Nao bastando a maioria dos cretinos, escolhidos por nos, votar para que o cretino-mor continuasse o presidente de uma das instituicoes publicas mais importantes do Brasil, um dos maiores jornais brasileiros ainda cede um importante espaco de comunicacao a um dos piores politicos do nosso pais, para que o mesmo escreva suas asneiras todas as sextas-feiras. Folha de Sao Paulo, meus parabens.

Chile

Sempre vi o Chile como o exemplo para a America Latina. O pais e bem mais organizado que seus vizinhos, tem um sistema de educacao exemplar, nivel de exportacoes altos e condicoes estaveis e atrativas para o investimento externo. Na semana passada, em uma breve viagem inesperada, tive a oportunidade de conhecer Santiago, junto com meu chefe e minha chefe da Alemanha. Do pouco que pude ver e perceber - fiquei apenas 3 dias na capital chilena -, minhas impressoes acima puderam ser comprovadas.

Santiago e uma cidade grande mas nao tao desorganizada como outras no continente. Apesar de ter bastante transito, nada se compara com Sao Paulo, por exemplo. As ruas sao extremamente limpas e as pessoas parecem ser educadas. Em um dos centros financeiros da cidade, arranha-ceus sao construidos. Fui para Santiago a trabalho e, por isso, estive em varios escritorios. Em um deles, que ficava no 40o andar, a vista para a cidade era impressionante. Para subir e descer pelo elevador, apenas alguns segundos, chegava ate fazer pressao no ouvido.

A viagem foi intensa, sem falar no fuso horario que deixou as coisas ainda um pouco mais dificeis. Na segunda-feira, primeiro dia no Chile, fui dormir quase meia-noite, que na Alemanha, onde estava acostumado com o fuso, ja eram seis da manha. Como nao tive tempo para quase nada, minhas experiencias chilenas se resumiram em ver um pouco a cidade indo de um lugar para o outro, reunioes e conversas com chilenos, que, por sinal, sao bem orgulhosos de seu pais e, claro, a culinaria.

O restaurante do hotel era muito bom, nas duas noites jantamos nele. Em todas as refeicoes no Chile eu comi peixe ou frutos do mar, tudo uma delicia. Ser um pais extremamente fino e cumprido, exposto ao mar, tem la suas vantagens. Em um almoco, depois de um colega de Frankfurt dar a dica, fomos para um restaurante chamado La peruqueria francesa. O lugar fazia juz ao nome, logo que entramos, vimos que do lado havia um cabelereiro onde alguns senhores trabalhavam. O restaurante tinha uma decoracao muito diferente e bem despojada, uma mistura da antiga casa do meu tio Mauricio com as kneipes de Berlim. O ambiente era decorado com items antigos e a venda. Comi um prato muito diferente, atum grelhado por fora e cru por dentro, geleia de frutas vermelhas e uma coisa que parecia um pure de batatas, mas doce.

Comilancas e gula a parte, conseguimos finalmente fechar o contrato com a instituicao que estavamos negociando. Vamos ser o comprador de creditos de carbono do projeto e tambem ajudaremos na implementacao do mesmo, que consiste em criar uma plataforma para facilitar a implementacao de pequenas hidreletricas no Chile. Este acontecimento teve um significado importante para mim, ja que foi o primeiro projeto que foi finalizado. O segundo passo agora e trabalhar para que tudo seja implementado corretamente.

Depois de tres interminaveis dias, na quarta-feira a tarde fomos para o aeroporto e pegamos um voo para o Brasil, para aproveitar que estavamos na America do Sul e conversar com alguns parceiros em Sao Paulo. Dormi duas noites em casa, consegui ainda encontrar alguns grandes amigos na quinta e, ja na sexta, embarquei para a Alemanha com a minha chefe. Conversamos bastante no voo, ela e simpatica e aberta. Chegando no quarto do hotel em Frankfurt, dormi da uma da tarde ate as 9 da noite, justo agora que tinha me acostuma com o fuso do Chile e Brasil. Escrevo essas linhas as tres da manha e desconfio que terei que contar varios carneirinhos ainda. De volta ao Chile: vamos ver se da proxima vez consigo conhecer um pouco mais deste pais e sua capital, as primeiras impressoes foram positivas.

Bicicletas "moveis"

Essa me surpreendeu. Com a mobilidade de Frankfurt eu ja estava acostumado, cidade pequena, varias estacoes de metro, pessoas indo trabalhar de bicicleta. Mas, desde quando cheguei, comecei a notar umas bicicletas da Deustsche Bahn espalhadas pela cidade. Achei engracado, o que a empresa de trens da Alemanha tinha a ver com bicicletas? Depois de um tempo, uma colega do trabalho me explicou: voce se cadastra no site pagando 10 euros e, toda vez que quiser usar uma das bicicletas, liga para um telefone, avisa que esta pegando a bicicleta dando o endereco da mesma. Quando a pedalada perder a graca ou o destino chegar, e so deixar a bicicleta em qualquer lugar e ligar mais uma vez avisando o novo endereco. Detalhe, nao precisa pagar cada vez que se usa a bike, somente a taxa anual de cadastro. Pratico, nao?

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Sobre o governo, propaganda e empresas alemas

Tenho trabalhado bastante aqui na Alemanha, o dia no escritório comeca cedo e termina tarde. Muitas vezes os almocos sao curtos e minha vida social se resume em fazer alguma coisa nos finais de semana. Mas nao posso reclamar, é bom que eu esteja trabalhando bastante, quanto mais aprender aqui, mais poderei usar depois no Brasil. Pouco a pouco vou conhecendo um pouco mais de Frankfurt e da Alemanha, como venho relatando aqui no blog.

Coincidentemente, a Alemanha também vai realizar um censo em pouco tempo. Pelo que entendi, o último aconteceu há mais de dez anos e, pelo visto, os alemaes também nao se alegram em responder às perguntas. Nada melhor, entao, do que propagandas para convencê-los da importância em preencher os questionários. Pela cidade toda estao espalhados criativos cartazes sobre o censo. Em um deles, uma mulher olha um prédio e algo escrito quer dizer que só é possível construir apartamentos no local exato, caso se saiba onde está a demanda para estas moradias.

Em outro placar, uma foto aérea mostra vários carros, vermelhos, amarelos e pretos, que, como as cores das janelas do prédio do outro anúnio, formam os matizes da bandeira alema. A frase, neste caso, é uma pergunta: "Como saberemos o local onde construir nossas ruas no futuro?". Por último, um homem, capacete na cabeca, admira vários contêiners de cores também germânicas empilhados em um porto. Como os alemaes saberao como se preparar para continuar sendo grandes exportadores? Tomara que o censo saiba responder estas perguntas.

Bom, propagandas públicas sao decididas pelo governo, que, por sua vez, está ligado aos políticos. Mas os polícos aqui na Alemanha, como fiquei sabendo no último final de semana, nao recebem votos diretamente da populacao; os cidadaos podem votar apenas nos partidos. Uma vez selecionados e, creio eu, ponderados, os mesmos podem indicar quem vai representá-los no congresso, senado, etc. O presidente alemao, que também é indicado pelo partido ou coalizao, estava há poucos dias no Brasil e assinou alguns acordos de cooperacao na área de infraestrutura. Mas, na verdade, quem manda mesmo no país é a chanceler, Angela Merkel.

Ainda no tema governo e, indiretamente, empresas públicas, fiquei sabendo um pouco mais sobre a Deutsche Bahn, empresa estatel de transporte ferroviário do país. No último final de semana, o Moritz me falou que muitos alemaes reclamam desta empresa, já que ela é muito cara e pouco eficiente. Houve, há alguns anos, uma corrente muito forte a favor da privatizacao da Deutsche Bahn, mas que foi neutralizada logo que a crise mundial de 2008/2009 irrompeu, desencarrilhando os possíveis compradores da jogada. Realmente, voltado de Wupertal no final de semana passado senti as agruras dos alemaes: paguei uma pequena fortuna pela passagem e o trem atrasou quase meia hora. Bom saber que, em menor ou maior escala, nao é só no Brasil onde a ingerência pública se faz presente.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Wupertal e Düsseldorf; festa em Colônia

Tive um final de semana bem produtivo, intenso e agradável. No sábado cedo peguei o trem e fui para Wupertal, onde o Moritz estava me esperando. Mas quem é o Moritz? O Moritz é um amigo meu, alemao, que conheci porque ele fez um estágio no mesmo banco que eu trabalho, lá no Brasil. Voltou há pouco tempo para a Alemanha e combinamos de fazer algo neste final de semana.

Eu achei a cidade um pouco diferente das outras, já que ela fica em um vale, o tal do tal no nome, vale em alemao. Bem atrás da casa do Moritz tem um bosque que é bem legal para caminhar. Famoso em Wupertal também é um trem suspenso que corta a cidade, chamado Schwebebahn, que, literalmente, quer dizer "trem que paira". Andamos algumas estacoes com ele e achei bem engracado. É divertido também, do chao, ver esse trenzinho correndo a cidade pelos ares. Outra curiosidade de Wupertal é que ela é dividida em dois núcleos, como se fossem duas cidades mesmo, ou dois distritos.

Depois de conhecer um pouco da cidade fomos para Düsseldorf, que fica ao lado de Wupertal. Mas desta vez nao de trem. O Moritz estava com o carro da mae dele, que é conversível! Foi a primeira vez que andei em um carro sem teto, foi bem divertido, ainda mais na autobahn. Düsseldorf é uma cidade bem alegre, as pessoas estavam todas nas ruas, ou na beira do rio (Reno) ou espalhadas nos bares, na cidade velha. Tomamos a cerveja típica da cidade, achei boa, mas bem amarga, ela é quase preta. Também subimos em uma torre de cento e tantos metros, a vista da cidade era incrível.

Voltamos para Wupertal no final da tarde e ficamos comendo e conversando com os pais do Moritz. Pouco depois, nos arrumamos e fomos para Colônia em uma festa em uma república de uns conhecidos do Moritz. A república era um apartamento de 3 andares, todo os quartos abertos, parecia festa de arromba. O som estava no último volume e a casa abarrotada de gente. Nao sei como os vizinhos nao reclamaram, só deve morar estudante no prédio, nao é possível. Conheci duas pessoas que já haviam morado no Brasil, ficamos conversando assuntos tupiniquins, diferenca do Brasil com a Alemanha, etc. Em resumo, foi bom ver um pouco de gente, já estava ficando viciado com o trajeto apartamento-trabalho-apartamento.

Dormimos em Wupertal e no dia seguinte, depois de um café-da-manha alemao reforcado, peguei o trem de volta para Frankfurt. Foi muito bom conhecer outros lugares da Alemanha, ainda mais na companhia do Moritz. Pouco a pouco vou formando uma imagem melhor do que é a Alemanha e seus moradores.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Shopping é (quase) tudo igual

Lojas uma do lado da outra, espaco fechado, pessoas andando como num formigueiro, consumismo à flor da pele: shopping é tudo igual. E, na quinta-feira, troquei o almoco por uma ida a um desses maravilhos lugares, já que tinha que comprar o tal do adaptador, para poder carregar a bateria da câmera fotográfica. Indicaram-me a Saturn, gigante cadeia alema de eletro-eletrônicos, que ficava em um shopping. Uma visita nessa loja é sempre bem prática, pode-se encontrar facilmente quase tudo que precisamos em matéria de vida moderna, cabos para eletrônicos, impressoras, TVs, CDs, computadores, a lista continua. Logo na entrada do shopping, uma surpresa: a fachada, toda de vidro, é abaulada no meio para dentro, parecendo a entrada de um buraco negro. Legal. Ao entrar no lugar, vi que a loja ficava no quarto andar e peguei a primeira escada rolante que vi. Logo depois, a surpresa: a escada ligava, diretamente, o térreo ao quinto andar! Nunca tinha visto uma escada rolante tao cumprida. Esse shopping deve ser um dos poucos lugares onde o aluguel de um ponto no último andar custa pouco menos que no primeiro, esses alemaes pensam em tudo. No meio do caminho, que nao era curto, percebi que o teto do lugar, igualmente à fachada, era de vidro. E mais, o teto, bem no meio, se afinava, tomava a forma de uma estalactite e ia até o chao (talvez, por isso, uma estalagmite, vai saber). Comprei o adaptador na Saturn, desci para ir embora, dessa vez, infelizmente, por várias escadas que ligavam piso a piso. No térreo, olhei mais uma vez a superlativa escada, dessa vez de baixo, e logo me senti dentro de um desenho dos Jetsons. Shopping é tudo igual, mas alguns sao menos iguais que outros.

domingo, 1 de maio de 2011

Frankfurt, Mainz e Wiesbaden

Final de semana solitário mas proveitoso. Reservei o sábado para conhecer um pouco mais de Frankfurt. Por conhecer leia-se andar igual um camelo. Meu pé já está todo dolorido e com algumas bolhas, e olha que meu tênis é confortável. Sem molas ou bolhas embaixo do calcanhar, mas mesmo assim confortável.

O centro velho da cidade está limitado, por um lado, pelo rio, e na área remanescente, por um corredor verde em forma de U. Andei pelo corredor quase todo e acabei chegando no rio. É muito legal caminhar pelo rio, ainda mais nos finais de semana, quando ele fica cheio de pessoas, também caminhando, conversando, sentadas tomando alguma coisa. Antes da caminhada, na manha do sábado, eu fui pra um pequeno parque perto do apartamento, que havia descoberto na sexta. Fiquei lendo um livro e tomando um pouco de sol, quem diria.

Falando em livro, depois desta caminhada no corredor verde da cidade, fui a uma livraria, já que estava acabando o livro que estava lendo. O intuito era comprar outro livro, mas, como quase sempre, saí da loja com três deles! Um de um escritor alemao, que retrata a Alemanha reunificada, ou melhor, tentando se reunificar e criar uma indentidade nacional única, logo após a queda do muro de Berlim. O outro, um romance de um escritor italiano, nao parece ser nada espetacular, comprei pelo impulso mesmo, já que estava bem barato. O último, um pouco diferente dos dois primeiros, sobre as novas potências China e Índia, parece ser bem interessante.

Hoje, domingo, resolvi conhecer duas cidades aqui perto de Frankfurt. Primeiro fui até Mainz, que fica à margem do Reno. Trinta minutos de trem, divididos entre a leitura do livro sobre a Alemanha pós-muro, que citei acima, e olhadelas nos avioes que estavam pousando em Frankfurt. O turismo foi do jeito que eu gosto. Cheguei na cidade sem saber quase nada sobre a mesma ou o que ver. Como o posto de informacoes turísticas estava fechado (a Alemanha pára aos domingos), pedi informacao a uns policiais, que me indicaram ir caminhando pelo trilho do tram. E assim fui, seguindo as linhas de ferro, só falou jogar migalhas de pao pelo caminho, como naquela história da casa feita de doces. Deveria ter feito isso, já que me perdi umas quinhentas vezes depois.

Mainz, como quase todas as cidades que já estive aqui, é um lugar interessante e agradável. Claro que o tempo quase-verao ajuda muito, mas o centro histórico é bem legal mesmo. Outro lugar que gostei, um pouco afastado da cidade velha, é um parque com umas contrucoes bem antigas, da época dos romanos. Achei este lugar porque me perdi, mas se perder, quando conhecendo uma cidade, até que pode ser útil. Resumindo, fiquei perambulando pela cidade sem muito objetivo.

Comi um kebab enorme e apimentadíssimo (turco safado) e fui para Wiesbaden, que é a capital do estado de Hessen, onde também está Frankfurt. Depois de Mainz, meu nível de curiosidade já estava um pouco raso e, aliado à dor dos meus pés, acabei nao andando muito por esta cidade. Logo depois da estacao de trem havia um parque/jardim bem grande, onde fiquei deitado lendo o livro. O único problema é que nao levei minha câmera fotografica, ela está sem bateria e o carregador, obviamente, segundo Murphy, nao entra nas tomadas daqui. Ainda bem que nao sou de ver as fotos depois que tiro.