Uma da manhã. Em ponto. Hoje é o dia que prometia bastante. Amanhã é feriado, aniversádio da cidade, poderia dormir até tarde. Quer dizer, ontém prometia bastante, hoje é feriado. Parabéns, São Paulo!
O churrasco que ia rolar na casa do Jão&Cia não aconteceu. Falta de pessoas interessadas. Até dormi depois do trabalho, das 18 e trinta às vinte e uma, também e trinta. Para me preparar pro churrasco, senão não ia conseguir, mais uma vez iam acabar zombando do meu sono excessivo. Mas mesmo se dormisse, não seria culpa minha, a volta do Guarujá demorou mais do que o esperado, cheguei duas e meia da manhã em casa. Às oito estava no trabalho, ontem, apresentando um projeto. Por isso joguei meu corpo na cama depois de voltar pra casa.
Uma e quatro da manhã. Estava alternando entre o computador e o livro, que não é nenhum grande romance, o segudo que leio do suíço Martin Suter. O primeiro foi melhor. O atual, a história de um cara que fica em coma e não se lembra do que deveria lembrar. Lendo assim parece ser interessante, mas a narrativa decepciona. Agora mais uma vez aqui, tomando o sorvete que comprei quando meus pais e meu irmão estiveram aqui em casa da última vez. Crocante, muito bom.
Amanhã o dia promete. Quer dizer, hoje! Mas desta vez, nada de churrasco. Como a cidade está ficando mais velha, vários shows estão marcados. Se der sorte vou conseguir ver o do Nação Zumbi. Tem também o da Maria Gadú, não conheço muito bem suas músicas, mas ontem, vindo do curto (mas demorado) caminho da baixada santista, escutei duas delas na rádio que só toca música brasileira e gostei. Olha que é difícil ter uma opinião firme na primeira vez que se escuta uma canção. Por enquanto vou escutando Novos Baianos no Winamp. Besta é tu, besta é tu...
Agora vamos ver se o cara volta a lembrar de sua vida, na mais nova alternância entre o papel e o digital. Uma e quatorze da manhã, boa noite. Ou como já diriam na padaria lá de baixo, que nunca fecha: bom dia, senhor.
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
domingo, 16 de janeiro de 2011
O banco de Yunus
Após anos como chefe de departamento do curso de Economia de uma universidade de Bangladesh, Muhammad Yunus percebeu que estava no caminho errado. Trancafiado em uma sala, ensinava avançados conceitos de economia para seus alunos; fora da sala, a pobreza reinava e suas teorias não contribuiam com nada para a diminuição deste mal. Era preciso fazer algo, era preciso migrar da teoria para a prática.
E foi assim que a semente do Banco Grammen foi plantada, visando ajudar os mais necessitados de seu país, os pobres dos pobres. Mas para o banco se tornar uma árvore, forte e cheia de frutos, muito esforço foi despreendido e, como esperado, muitas vezes Yunus nadou contra a maré (bancos, governo, amigos, políticos). Porém conseguiu chegar em seu porto seguro tão sonhado após muitas braçadas. Tudo isso é narrado de forma muito fascinante em seu livro O Banqueiro dos Pobres.
O conceito do banco funciona mais ou menos assim: emprestar pequenas somas de dinheiro para que pessoas de baixíssima renda possam desenvolver alguma tarefa autônoma, seja ela a confecção e venda de tapetes, uma pequena mercearia, serviços de sapataria etc. Nenhuma garantia é requerida e, para o assombro da maioria, ainda mais daqueles que desde o começo do projeto piloto qualificaram Muhammad como louco, os pobres se revelaram belos pagadores. A inadimplência do Banco Grammen é de mais ou menos 2%. Isso em um país onde os mais ricos são conhecidos por tomarem empréstimos milionários e não pagarem. Sensasional!
Para funcionar tão bem assim, Yunus foi sensível o suficiente para perceber que seu banco precisava operar com regras muito específicas. A maioria dos tomadores de empréstimo, quer dizer, tomadoras, são mulheres. Os homens dever ficar fora do negócio e não podem até mesmo tomar conta do dinheiro. É possível imaginar tamanha a resistência deste modelo em um país islâmico. Porém, após os primeiros casos de sucesso, o modelo decolou.
Outras exigências são que os filhos da família precisam estar matriculados na escola e frequentando a mesma; os empréstimos são desenbolsados individualmente mas para um grupo de cada aldeia ou bairro, onde cada tomadora tem a função de zelar pela boa prática da outra; caso a soma total mais os (pequenos) juros seja paga, a cliente tem a opção de realizar outro empréstimo, desta vez um pouco maior, para aprimorar seu micro-negócio.
A ideia de tão certo que seu modus operandi foi replicado em vários países do mundo, incluindo o Brasil e até mesmo países desenvolvidos como Canadá e Noruega. É claro que em cada país, onde as condições sociais, culturais e financeiras variam, o banco precisa trabalhar de maneira única, porém o núcleo do sistema continua o mesmo.
Uma das coisas mais interessantes que achei do livro e do Banco Grammen é a dinâmica de trabalho. As agências existem mas os funcionários são instigados a trabalhar, em sua maior parte do tempo, nas aldeias, conversando com potenciais clientes, explicando a maneira como a instituição funciona e convencendo-os de que o banco pode mudar para melhor suas vidas. E realmente muda, como é explicitado durante o livro.
Achei bem legal que o banco em que eu trabalho, o KfW (Banco de Desenvolvimento da Alemanha), possui uma linha de financiamento com juros reduzidos com o Banco Grammen. Meu chefe comentou também que o Yunus já foi várias vezes a Frankfurt realizar palestras e participar de rodas de discussão. Legal saber que existe outro modelo de instituição financeira, original e criativo, que auxilia os mais pobres a subir o primeiro degrau do desenvolvimento humano.
E foi assim que a semente do Banco Grammen foi plantada, visando ajudar os mais necessitados de seu país, os pobres dos pobres. Mas para o banco se tornar uma árvore, forte e cheia de frutos, muito esforço foi despreendido e, como esperado, muitas vezes Yunus nadou contra a maré (bancos, governo, amigos, políticos). Porém conseguiu chegar em seu porto seguro tão sonhado após muitas braçadas. Tudo isso é narrado de forma muito fascinante em seu livro O Banqueiro dos Pobres.
O conceito do banco funciona mais ou menos assim: emprestar pequenas somas de dinheiro para que pessoas de baixíssima renda possam desenvolver alguma tarefa autônoma, seja ela a confecção e venda de tapetes, uma pequena mercearia, serviços de sapataria etc. Nenhuma garantia é requerida e, para o assombro da maioria, ainda mais daqueles que desde o começo do projeto piloto qualificaram Muhammad como louco, os pobres se revelaram belos pagadores. A inadimplência do Banco Grammen é de mais ou menos 2%. Isso em um país onde os mais ricos são conhecidos por tomarem empréstimos milionários e não pagarem. Sensasional!
Para funcionar tão bem assim, Yunus foi sensível o suficiente para perceber que seu banco precisava operar com regras muito específicas. A maioria dos tomadores de empréstimo, quer dizer, tomadoras, são mulheres. Os homens dever ficar fora do negócio e não podem até mesmo tomar conta do dinheiro. É possível imaginar tamanha a resistência deste modelo em um país islâmico. Porém, após os primeiros casos de sucesso, o modelo decolou.
Outras exigências são que os filhos da família precisam estar matriculados na escola e frequentando a mesma; os empréstimos são desenbolsados individualmente mas para um grupo de cada aldeia ou bairro, onde cada tomadora tem a função de zelar pela boa prática da outra; caso a soma total mais os (pequenos) juros seja paga, a cliente tem a opção de realizar outro empréstimo, desta vez um pouco maior, para aprimorar seu micro-negócio.
A ideia de tão certo que seu modus operandi foi replicado em vários países do mundo, incluindo o Brasil e até mesmo países desenvolvidos como Canadá e Noruega. É claro que em cada país, onde as condições sociais, culturais e financeiras variam, o banco precisa trabalhar de maneira única, porém o núcleo do sistema continua o mesmo.
Uma das coisas mais interessantes que achei do livro e do Banco Grammen é a dinâmica de trabalho. As agências existem mas os funcionários são instigados a trabalhar, em sua maior parte do tempo, nas aldeias, conversando com potenciais clientes, explicando a maneira como a instituição funciona e convencendo-os de que o banco pode mudar para melhor suas vidas. E realmente muda, como é explicitado durante o livro.
Achei bem legal que o banco em que eu trabalho, o KfW (Banco de Desenvolvimento da Alemanha), possui uma linha de financiamento com juros reduzidos com o Banco Grammen. Meu chefe comentou também que o Yunus já foi várias vezes a Frankfurt realizar palestras e participar de rodas de discussão. Legal saber que existe outro modelo de instituição financeira, original e criativo, que auxilia os mais pobres a subir o primeiro degrau do desenvolvimento humano.
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
Feliz Ano Velho
Não, este pequeno texto não se trata do primeiro livro do Marcelo Rubens Paiva, onde ele conta como sua vida mudou radicalmente ao ficar paraplégico, logo após mergulhar de ponta em um riachinho. Quero aqui dizer que, apesar da virada do ano, onde muitas pessoas prometem e prometem vida nova e milhões de mudanças de hábitos ou atividades novas, o ano de 2011 continua exatamente como o anterior acabou. Muito provavelmente porque não tive recesso nem férias de final de ano, o que, no final das contas contribuiu para continuar na mesma toada. Foi muito bom ter resolvido várias pendências do meio de 2010 para cá, como por exemplo finalmente ter dado um trato nas minhas costas que só vinham piorando. Comecei a fisioterapia há uns 3 meses e há mais ou menos um foi a vez da academia. Está indo tudo muito bem, acho que finalmente estou no caminho certo. No trabalho foi mais ou menos assim também, apesar de não ter acontecido muita coisa concreta no ano passado, vários projetos estão engatilhados e, provavelmente, 2011 será o ano de colher os frutos. Tomara! Bom, não quero, de nenhuma maneira, dizer que não farei nada novo nos próximos 365 dias. Quero começar uma pós em finanças daqui alguns meses, espero que dê certo.
***
Resolvi passar a virada com meus amigos de Campo Grande. Foi a melhor escolha que poderia ter feito, há quase um ano não ia para a capital do MS e aqui por São Paulo não ia acontecer muita coisa. Saí quinta à noite depois do trabalho e, após algumas horas cheguei no aeroporto de Viracopos, onde peguei o avião da Azul. Felizmente o voo não atrasou muito e eu cheguei em Campo Grande na quinta-feira ainda - por pouco não chego depois da meia-noite.
É sempre muito bom chegar em Campo Grande, onde nasci e vivi até os 18 anos. No aeroporto me buscaram Kenny e Thiago e fomos para a casa (nova) do último, que finalmente ficou pronta e onde estava acontecendo um churrasquinho com o resto do pessoal. Ficamos conversando, comendo e bebendo e claro, falando muita abobrinha! Compartilho uma teoria de que quando reencontramos velhos amigos por alguns dias seguidos, o primeiro é sempre o melhor. Ninguém pára de falar, rir, contar histórias, piadas e, quase sempre, varamos a noite. Foi assim o primeiro dia em Campo Grande.
No dia seguinte almoçamos e fomos para Bonito, onde resolvemos passar o ano novo. Não era bem o que eu estava pensando em fazer mas como já tinha outros amigos nesta cidade, vide Fernandinho e sua trupe, achei que seria bacana. E foi! Chegamos no final da tarde e já estava tudo acontecendo, o pessoal todo junto se preparando para a festa, vide tomando cerveja e conversando ainda mais abobrinha. Jantamos em um restaurante de peixe, até porque saco vazio não pára em pé, e rumamos para a balada de comemoração.
O esquema foi o seguinte: cem reais e beba o que puder. Eu, pessoa simples que sou, fiquei só na cervejinha a noite toda, dispensei whyskie, vodka, pinga etc. Não encontrei muitas pessoas conhecidas como havia imaginado mas na verdade nem precisava, nossa turma era grande e animada! Eu só sei que quando fui embora da festa já estava claro e ainda fomos dar uma volta pela cidade. Dormi poucas horas, almoçamos e resolvemos (eu, Rodrigo, Jenifer, Franciele, Thiaguinho, Dani e Gauchinho, todos pares) voltar para Campo Grande. Estávamos moídos, ainda conseguimos encarar um rodízio de pizza muito bom e acabamos dormindo cedo.
Domingo foi dia de ir na Dani e no Rodrigo, irmãos e amigos de infância, para almoçar com eles. Na verdade foi na casa mãe deles, a tia Arlete, que eu não via há muito tempo. O almoço estava uma delícia, ficamos conversando e já era hora de pegar o ônibus para São Paulo, tinha que trabalhar hoje, segunda. Até porque não posso quebrar o ritmo do ano velho, como comentei no trecho acima. Nas primeiras horas da viagem fiquei lendo um livro de contos argentinos muito bom; queria ficar lendo por muito mais tempo mas, como já estava escuro e eu usando a luz individual do ônibus, resolvi apagá-la para não incomodar os vizinhos.
Um ótimo ano a todos!
***
Resolvi passar a virada com meus amigos de Campo Grande. Foi a melhor escolha que poderia ter feito, há quase um ano não ia para a capital do MS e aqui por São Paulo não ia acontecer muita coisa. Saí quinta à noite depois do trabalho e, após algumas horas cheguei no aeroporto de Viracopos, onde peguei o avião da Azul. Felizmente o voo não atrasou muito e eu cheguei em Campo Grande na quinta-feira ainda - por pouco não chego depois da meia-noite.
É sempre muito bom chegar em Campo Grande, onde nasci e vivi até os 18 anos. No aeroporto me buscaram Kenny e Thiago e fomos para a casa (nova) do último, que finalmente ficou pronta e onde estava acontecendo um churrasquinho com o resto do pessoal. Ficamos conversando, comendo e bebendo e claro, falando muita abobrinha! Compartilho uma teoria de que quando reencontramos velhos amigos por alguns dias seguidos, o primeiro é sempre o melhor. Ninguém pára de falar, rir, contar histórias, piadas e, quase sempre, varamos a noite. Foi assim o primeiro dia em Campo Grande.
No dia seguinte almoçamos e fomos para Bonito, onde resolvemos passar o ano novo. Não era bem o que eu estava pensando em fazer mas como já tinha outros amigos nesta cidade, vide Fernandinho e sua trupe, achei que seria bacana. E foi! Chegamos no final da tarde e já estava tudo acontecendo, o pessoal todo junto se preparando para a festa, vide tomando cerveja e conversando ainda mais abobrinha. Jantamos em um restaurante de peixe, até porque saco vazio não pára em pé, e rumamos para a balada de comemoração.
O esquema foi o seguinte: cem reais e beba o que puder. Eu, pessoa simples que sou, fiquei só na cervejinha a noite toda, dispensei whyskie, vodka, pinga etc. Não encontrei muitas pessoas conhecidas como havia imaginado mas na verdade nem precisava, nossa turma era grande e animada! Eu só sei que quando fui embora da festa já estava claro e ainda fomos dar uma volta pela cidade. Dormi poucas horas, almoçamos e resolvemos (eu, Rodrigo, Jenifer, Franciele, Thiaguinho, Dani e Gauchinho, todos pares) voltar para Campo Grande. Estávamos moídos, ainda conseguimos encarar um rodízio de pizza muito bom e acabamos dormindo cedo.
Domingo foi dia de ir na Dani e no Rodrigo, irmãos e amigos de infância, para almoçar com eles. Na verdade foi na casa mãe deles, a tia Arlete, que eu não via há muito tempo. O almoço estava uma delícia, ficamos conversando e já era hora de pegar o ônibus para São Paulo, tinha que trabalhar hoje, segunda. Até porque não posso quebrar o ritmo do ano velho, como comentei no trecho acima. Nas primeiras horas da viagem fiquei lendo um livro de contos argentinos muito bom; queria ficar lendo por muito mais tempo mas, como já estava escuro e eu usando a luz individual do ônibus, resolvi apagá-la para não incomodar os vizinhos.
Um ótimo ano a todos!
Assinar:
Postagens (Atom)