Comecei a trabalhar dia 1° de Abril: dia da mentira e véspera de feriado. Tinha tudo para dar errado, até estava achando que meu chefe iria me pregar uma peça. Entretanto, talvez por ele ser alemão, a estréia se consumou verdade. Desde então, estou utilizando o ônibus para chegar do apartamento da Danusa - onde estou ficando provisoriamente - até o escritório do KfW, em Santo Amaro. Como o trajeto é longo e dificilmente consigo lugar para sentar, o que me impossibilita de ler um livro, fico pensando muito sobre a vida, divagando e observando o que acontece à minha volta. Além, claro, de conferir toda vez quanto tempo gasto da Av. 9 de Julho, perto do tunel que cruza a Paulista, até a Rua José Guerra com a Verbo Divino. (São mais ou menos 45 minutos na ida e 55 na volta, se não chover).
Por causa da minha nova rotina, que expliquei acima, tive uma ideia que ajudaria os milhares de cidadãos que utilizam tranporte público em São Paulo: todos os ônibus, após passar por seus respectivos pontos de paradas, emitiriam um sinal para que o sistema central soubesse onde qualquer ônibus se encontra em qualquer hora do dia ou da noite. Acho que isso já até existe, por causa das placas em alguns pontos que estimam em quanto tempo cada ônibus chegará. Portanto, a grande sacada seria interligar o monitoramento dos ônibus com potenciais serviços oferecidos aos usuários. Um deles seria, após o cadastro de cada indivíduo no sistema informando certas peculiaridades, ser avisado, através de uma mensagem no celular, que o ônibus escolhido está chegando em 5 minutos no ponto de embarque. Isso ajudaria, e muito, para cada um poder se programar e sair de casa na hora certa, para não ter que ficar esparando muito tempo até o próximo ônibus passar.
Conversando com a Danusa sobre a minha ideia, percebi que ela achou muito improvável a implementação desse sistema. Não por falta de tecnologia disponível no mercado, tenho certeza. A rádio Oi FM já conta com um serviço que quando um ouvinte escuta uma música que gosta mas que nao sabe o nome do cantor, é só mandar uma mensagem para a central da rádio que segundos depois, outra mensagem é devolvida com os detalhes da música. Do universo da música para o do transporte não deve ser um salto muito grande.
***
Como amante dos livros, algumas revistas e jornais impressos, ultimamente tenho pensando muito a respeito do fim do papel. Pessoas como eu têm muitos motivos para se preocupar: a meta do Bill Gates é morrer depois da mídia expressa e vem batalhando arduamente para isso; quase todo mês um novo eletrônico como o Kindle ou iPad é lançado; grandes livrarias já contam com inúmeros exemplares de livros digitais, sendo que algumas delas já faturam mais com a versão eletrônica do que com a tradicional.
Porém, a pergunta que não quer calar é: "quando realmente o papel vai acabar?" Confesso que sou um pouco pessimista, apesar de ainda hoje nunca ter visto alguém lendo um livro digital, acredito que a tranformação será mais ou menos da magnitude da ocasionada com a internet ou telefone celular: disseminação com a velocidade de uma praga.
A vinda de livros digitais para nossas vidas traz, sim, alguns benefícios, como por exemplo de ordem prática ou ambiental. Os livros, teoricamente, ficariam muito mais acessíveis para a população, devido ao fato de seu conteúdo ser apenas intelectual e não material. Apesar dos e-books consumirem energia elétrica, milhares de árvores seriam poupadas com a diminuição ou extinção da fabricação de papel. Entretanto, com esta modificação, celeumas de ordem autoral, como já vivenciados pela indústria fonográfica, serão inevitáveis.
Fato é, eu não me importo com as possíveis vantagens ou desvantagens que um livro digital traz, eu só quero continuar a ter o prazer e experiência de poder ler algo que realmente está nas minhas mãos, poder tocar o papel onde o conteúdo está impresso e, quando acabar a leitura, colocar o livro na prateleira. Existe melhor decoração que uma prateleira recheada de livros?
É justamente por isso que toda vez que leio uma notícia relacionada com esses acessórios incovenientes, passo a pensar, com medo, até que ponto o papel resistirá.
sábado, 24 de abril de 2010
Passaporte Azul e a minha segunda vez no Rio
As condições eram propícias, ou melhor, as melhores: uma promoção da Azul que me permitiria voar ilimitadamente durante o mês todo de março para quanquer destino no Brasil. Justamente quando acabara de saber que começaria a trabalhar somente no início de abril. Perfeito, comprei o passaporte na hora!
Escrevo este texto no final de abril, após ter viajado para 6 capitais brasileiras, algumas já conhecidas, outras que agora se tornaram. Um ótimo investimento com altíssima taxa de retorno cultural e emocional.
***
Na primeira vez que fui para o Rio de Janeiro, não há muito tempo, fui impressionado pela mistura do urbano com o verde, algo que até já comentei neste espaço. Desta segunda vez, apesar de ter ficado mais ou menos a mesma quantidade de dias de quando conheci a Cidade Maravilhosa, as condições meteorológicas foram totalmente diferentes: tempo nublado com chuvas ocasionais. Pelo menos não me arrisquei a pegar o bondinho para o Pão de Açúcar, melhor assim. E, justamente por causa do tempo, fiz passeios que poucas pessoas fariam ao visitar o Rio de Janeiro pela segunda vez. Andei muito pelo centro, conheci a Biblioteca Nacional, Praça da Cinelândia, CCBB, Instituto Goethe, etc.
O sufoco foi chegar na casa do Moita logo após pousar na capital carioca. O voo era para o Santos Dumond mas, por causa do já comentado mau-tempo, acabou pousando no Galeão, muito mais longe do ap. que eu precisa chegar. O píor: quando cheguei, meia-noite passada, não havia nenhum ônibus shuttle que faria o trajeto aeroporto-centro; a corrida de taxi estava também fora de cogitação. Portanto, como tudo dá-se um jeito (minha filosofia primordial), a Azul acabou fornecendo uma van que fez o trajeto Galeão-Santos Dumond. Chegando no aeroporto previsto, me enturmei com outras pessoas também surpreendidas com a mudança do aeroporto de chegada e, por sorte, algumas delas não só estavam indo para Copacabana também, como para a mesma rua do apartamento do Moita, a Barata Ribeiro. Maravilha! Final das contas: uma "colega de taxi" acabou pagando a corrida toda e eu, que inicialmente iria gastar R$ 4,00 para ir de ônibus do Santos Dumond a Copacabana, não gastei absolutamente nada para fazer um trajeto muito maior!
Quando cheguei no ap. o Moita ainda estava acordado. Dei-lhe de presente uma garrafa de vinho, que foi consumida no mesmo instante. Ficamos conversando na sala até umas 4 da manhã, tínhamos muitas coisas pra falar, lembranças da época de Londres, a vida no Rio e interior de São Paulo... Um bom amigo.
Encontramos no dia seguinte a Helena, amiga da Danusa que estava passando uma temporada no Rio na casa do pai. Fomos pra um bar num bairro dentro de Copacabana, não me recordo do nome. Estavam presentes também umas amigas e amigos da Helena, a conversa foi bem agradável. Na despedida, combinamos de nos encontrar no dia seguinte no Leblon mas acabaou não rolando. Fui com o Moita mesmo na banca 24 horas da piauí e comprei três exemplares antigos. É, realmente, uma piauí por mês não estava sendo suficiente.
Outro passeio que gostei bastante de fazer foi a ida ao bairro de Santa Tereza com o bondinho. O bairro fica num morro e tem como característica suas vielas e comércio colorido, por causa dos turistas. Como a Helena havia recomendado, fui conhecer uma livraria pitoresca no alto da rua. A vista para o centro e praias do Rio era muito legal também e só me faltou ter visto um filme no estreito cinema que fica no miolinho de Santa Tereza, mas estava sem tempo. Precisava voltar para pegar o voo.
Cheguei em Viracopos no meio da noite e fui pra casa dormir. Na manhã seguinte já estava com outro voo marcado, desta vez para Manaus!
Escrevo este texto no final de abril, após ter viajado para 6 capitais brasileiras, algumas já conhecidas, outras que agora se tornaram. Um ótimo investimento com altíssima taxa de retorno cultural e emocional.
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Na primeira vez que fui para o Rio de Janeiro, não há muito tempo, fui impressionado pela mistura do urbano com o verde, algo que até já comentei neste espaço. Desta segunda vez, apesar de ter ficado mais ou menos a mesma quantidade de dias de quando conheci a Cidade Maravilhosa, as condições meteorológicas foram totalmente diferentes: tempo nublado com chuvas ocasionais. Pelo menos não me arrisquei a pegar o bondinho para o Pão de Açúcar, melhor assim. E, justamente por causa do tempo, fiz passeios que poucas pessoas fariam ao visitar o Rio de Janeiro pela segunda vez. Andei muito pelo centro, conheci a Biblioteca Nacional, Praça da Cinelândia, CCBB, Instituto Goethe, etc.
O sufoco foi chegar na casa do Moita logo após pousar na capital carioca. O voo era para o Santos Dumond mas, por causa do já comentado mau-tempo, acabou pousando no Galeão, muito mais longe do ap. que eu precisa chegar. O píor: quando cheguei, meia-noite passada, não havia nenhum ônibus shuttle que faria o trajeto aeroporto-centro; a corrida de taxi estava também fora de cogitação. Portanto, como tudo dá-se um jeito (minha filosofia primordial), a Azul acabou fornecendo uma van que fez o trajeto Galeão-Santos Dumond. Chegando no aeroporto previsto, me enturmei com outras pessoas também surpreendidas com a mudança do aeroporto de chegada e, por sorte, algumas delas não só estavam indo para Copacabana também, como para a mesma rua do apartamento do Moita, a Barata Ribeiro. Maravilha! Final das contas: uma "colega de taxi" acabou pagando a corrida toda e eu, que inicialmente iria gastar R$ 4,00 para ir de ônibus do Santos Dumond a Copacabana, não gastei absolutamente nada para fazer um trajeto muito maior!
Quando cheguei no ap. o Moita ainda estava acordado. Dei-lhe de presente uma garrafa de vinho, que foi consumida no mesmo instante. Ficamos conversando na sala até umas 4 da manhã, tínhamos muitas coisas pra falar, lembranças da época de Londres, a vida no Rio e interior de São Paulo... Um bom amigo.
Encontramos no dia seguinte a Helena, amiga da Danusa que estava passando uma temporada no Rio na casa do pai. Fomos pra um bar num bairro dentro de Copacabana, não me recordo do nome. Estavam presentes também umas amigas e amigos da Helena, a conversa foi bem agradável. Na despedida, combinamos de nos encontrar no dia seguinte no Leblon mas acabaou não rolando. Fui com o Moita mesmo na banca 24 horas da piauí e comprei três exemplares antigos. É, realmente, uma piauí por mês não estava sendo suficiente.
Outro passeio que gostei bastante de fazer foi a ida ao bairro de Santa Tereza com o bondinho. O bairro fica num morro e tem como característica suas vielas e comércio colorido, por causa dos turistas. Como a Helena havia recomendado, fui conhecer uma livraria pitoresca no alto da rua. A vista para o centro e praias do Rio era muito legal também e só me faltou ter visto um filme no estreito cinema que fica no miolinho de Santa Tereza, mas estava sem tempo. Precisava voltar para pegar o voo.
Cheguei em Viracopos no meio da noite e fui pra casa dormir. Na manhã seguinte já estava com outro voo marcado, desta vez para Manaus!
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